quinta-feira, 16 de agosto de 2012

TUDO SOBRE CANARIOS MOSAICO

Júlio César Garcia
O fator mosaico, gera polęmica quanto sua origem e em que cromossomo ele se situa. Na verdade o fator mosaico năo se manifesta logo quanto os filhotes nascem, e sim, somente após a primeira muda de penas, onde as zonas coloridas pelo lipocromo săo mais expressivas nos machos do que nas fęmeas, hoje săo aprovados os canários com zonas lipocrômicas de menor extensăo e bem definidas. 
Este fator é aceito tanto na linha clara como na linha escura, esta última mais difundida atualmente. Admiti-se que o fator mosaico seja resultante da açăo de mais de um gene, porém, um gene autossomal é considerado o principal responsável pela fixaçăo do lipocromo nas zonas índice, isto é, zonas onde após a primeira muda permanece o lipocromo. 
Quando há dimorfismo sexual, entre a extensăo das zonas índice entre os machos e as fęmeas, os padrőes para os dois sexos săo diferentes. Por este motivo săo julgados em separados. Estes padrőes no, entanto, năo săo idęnticos em todos os países. 
        Os padrőes para os mosaicos aceitos pela Ordem Brasileira de Juízes de Ornitologia (OBJO) săo: 
 Machos
Fêmeas
Máscara facial ocupa a região do bico passando pelos olhos. Olhando de frente devemos ver um anel ao redor do bico. Olhando lateralmente, devemos ver uma “triângulo” com vértices na testa, região posterior ao olho e região um pouco inferior ao bico. 
Linha dos olhos o lipocromo deve manifestar-se apenas como uma linha horizontal na altura dos olhos. Esta deve ser curta, bem delimitada e nítida, não devendo estender-se nem para a região superior do bico nem em direção à nuca.
Encontros deve aparecer uma nítida marcação de lipocromo cobrindo os ombros e se estendendo levemente até as remiges. 
Uropígio deve apresentar uma nítida marcação de lipocromo e ser bem delimitado, não devendo se estender para nenhuma outra região. 
Peito deve apresentar pouca quantidade de lipocromo porém de cor intensa, restrito a área de um pequeno triângulo, nitidamente separado da máscara facialde cor intensa, ininterrupta, bem delimitada e bem destacada do peito.
Encontros Marcação lipocrômica nítida e intensa, com área de atuação menor que a dos machos. 
Uropígio deve apresentar lipocromo intenso e bem delimitado, não devendo se estender para nenhuma outra região do corpo. 
Peito Ausência de lipocromo, torelando-se traços leves do mesmo. 

Principais Defeitos: Máscara interrompida e pouco nítida. Zonas de marcação mal delimitadas. Nevação nas zonas de eleição lipocrômica. Pouca expressão do lipocromo nas zonas de eleições. Máscara facial dividida na testa, presença de branco na região facial próxima ao bico.
Principais Defeitos: Lipocromo aparecendo a testa e sobre o dorso. Presença de máscara lipocrômica. Ausência de marcação nos olhos. Peito com excesso de lipocromo. Cor inexistente ou com nevação.



        O gene mo é responsável pelo surgimento do padrăo mosaico quando ocorre em dose dupla e é recessivo em relaçăo ao seu alelo MO que bloqueia o aparecimento do padrăo. Assim, os genótipos possíveis săo: 
Mosaico
Portador de mosaico
Năo mosaico
mo
mo
MO
mo
MO
MO


OS CANÁRIOS MOSAICOS
Joăo Francisco Basile da Silva
Animal Pet 1999 nro 01

Os canários domésticos começaram a ser criados pelo homem por volta de 1400. Desde entăo as mutaçőes, fenômeno natural que ocorre em todas as espécies animais, foram sendo selecionadas e multiplicadas com o objetivo de se obter exemplares aos nossos olhos. 
Na natureza, os indivíduos mutantes săo mantidos ŕ margem de populaçăo e considerados como “defeitos genéticos”.O homem, ao contrário, interessa-se, seleciona e melhora justamente esses indivíduos “defeituosos”. 
Na busca de exemplares diferentes, por volta de 1920, um criador alemăo, com o objetivo de produzir um canário vermelho, conseguiu introduzir no patrimônio genético destes, genes de um pintassilgo selvagem conhecido como Tarim da Venezuela. Esse pássaro é muito semelhante ao nosso pintassilgo, com a diferença de possuir vermelho vivo nas áreas onde o nosso é amarelo. 
Por meio de vários cruzamentos, o homem conseguiu adicionar o fator vermelho ao patrimônio genético dos canários, abrindo com isso uma nova gema de combinaçőes de cores, aumentando ainda mais as variedades já existentes. 
A maioria dos pássaros, e os pintassilgos năo săo exceçăo, possuem uma característica muito interessante, conhecida como dimorfismo sexual, que faz com que os sexos (masculino e feminino) tenham a aparęncia distinta ou seja, o macho é diferente da fęmea. 
Esse dimorfismo pode ser mais ou menos acentuado, dependendo da espécie. No caso do canário original, o dimorfismo é pouco acentuado (existe uma certa dificuldade em se diferenciar os sexos). 
Nos psitacídeos em geral ele é quase inexistente, mas nos pintassilgos, ao contrário, ele é bem marcante, ou seja, a diferenciaçăo entre is sexos é bem visível. 
Durante essa tentativa de se criar o canário vermelho, os genes responsáveis pelo diformismo sexual dos pintassilgos, foi inadvertidamente transmitido aos canários. Inicialmente os criadores năo perceberam essa característica e descartavam os exemplares mosaicos, considerandos fora do padrăo. 
Atualmente essa categoria de canários representa boa parte da nomenclatura de canários de cor em vigęncia. 
As diferenças entre machos e fęmeas săo tăo grande que eles săo inclusive julgados separadamente. 
As principais características de cor dos canários mosaicos săo: 
Nos machos – maior presença de cor (lipocromo nas seguintes regiőes: máscara facial, encontros (ombros), uropígio (regiăo próxima ŕ cauda) e peito. 
Nas fęmeas – atuaçăo mais reduzida da cor nas mesmas regiőes do macho, sendo que a máscara facial é substituída por um leve traço de cor na altura dos olhos. 
Além dessas diferenças em relaçăo ŕ cor; os canários mosaicos apresentam outras características morfológicas que evidenciam a masculinidade ou a feminilidade do exemplar. 
Essas características, apesar de presentes em outras variedades, săo muito mais pronunciadas nos mosaicos. Os machos mosaicos possuem peito mais amplo, cabeça maior, pescoço e bico mais forte do que das fęmeas. 
Em relaçăo ao tamanho, normalmente os machos săo maiores do que as fęmeas, o que nem sempre ocorre nas outras variedades. 
Resumindo, nos mosaicos, os machos săo mais “masculinos” e as fęmeas mais “femininas” do que nas outras cores. 
Todas essas particularidades fazem com que os mosaicos sejam uma categoria diferenciada dentro da canaricultura de cor de competiçăo, o que explica o seu crescente número de adeptos.



MOSAICOS DA LINHA CLARA COM E SEM FATOR
Mauro de Q. Garcia
Juiz COM-OBJO
Revista CMCP-Junho-2001
Arquivo editado em 18/09/2001

  O padrão mosaico de distribuição lipocrômica é uma herança genética da hibridação do canário com o tarim – pintassilgo da Venezuela que através de seleção rigorosa, durante muitos anos, atingiu o limiar da perfeição se assim o podemos dizer. Há, entretanto controvérsias neste artigo. Os autores italianos Canali e Gasparini defendem que o fator mosaico é na realidade uma mutação e não resultado de transferência genética de hibridação conforme consenso aceito mundialmente.
Cores bastante apreciadas entre os criadores podemos dizer que se os Belgas se gabam de ser os melhores do mundo, a frente dos italianos, nós não ficamos atrás. Temos visto pássaros fantásticos em criadouros nacionais e posso até mesmo dizer que melhores do que os europeus.
Na realidade há um certo equilíbrio entre os mosaicos da Bélgica e os italianos.                                                                                                                                                                                                                                               
Existem dois padrões muito bem definidos de canários mosaicos: um para o macho (Tipo 2) e outro para a fêmea (Tipo 1).
Standard Tipo 1
Principais características
- Linha ou traço ocular
- Marcação do peito
- Marcação dos encontros
- Marcação do uropígio
a) Linha ou traço ocular
Devem ser bem definidas, simétricas e de preferência partindo atrás dos olhos. A falta de simetria deve ser penalizada proporcionalmente. Qualquer imprecisão não é bem vista. Não há porque tolerar pássaros com marcações oculares espalhadas se sabidamente temos exemplares que preenchem os requisitos do padrão. Sua ausência também não é aceita.
b) Marcação dos encontros
Deve ser bem visível, concentrada e precisa. Não deve se estender muito ao dorso e nem muito às remiges. O lipocromo deve ser o mais intenso possível nesta área.
c) Marcação do peito
Uma pequena mancha colorida (em torno de 1 cm2 de área) ovalada preenche os requisitos do standard. Sua ausência é menos grave do que uma marcação muito ampla, borrada. Aqui, também, o lipocromo deve ser o mais intenso possível.
d) Marcação do uropígio
É a menos importante de todas no julgamento embora deva se ater ao preconizado no padrão. Marcações extensas não são desejáveis. O ideal é que seja mais concentrada e mais precisa. Seu brilho e intensidade também são importantes.
  
Standard Tipo 2
Principais características:
- Máscara
- Encontros
- Marcação do peito
- Uropígio
a) Máscara
O padrão para o macho é bem diferente daquele para a fêmea. Maior quantidade de lipocromo é observada respeitando naturalmente características do padrão. Deve ser bem evidente e bem definida. Não pode se estender à nuca e nem ao peito. Seus limites devem ser precisos ao máximo. Olhos centrados dentro dela. Um defeito freqüente é a falta de contorno bem desenhado embaixo do bico. Quanto mais intensa melhor.
b) Encontros
Devem ser simétricos e bem marcados por lipocromo intenso de preferência. A cor não deve subir ao manto dorsal porem são mais evidentes do que nas fêmeas. Pássaros “intensos” (plumagem muito curta) tendem a apresentar melhor marcação de encontros.
c) Uropígio
Bem definida, intensa de preferência e não se estendendo muito à cauda. 

 

Mosacio tipo 2 (macho) Visão posterior com destaque para a nuca, parte alta do dorso e encontros. Máscara terminando de acordo com o padrão sem estender à nuca.

Mosaico tipo 2 (macho) Detalhe do uropígio. Seria desejado maior intensidade de cor.
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CONSELHOS PARA CRIAÇÃO
Embora atualmente se admita o consenso da criação dirigida para obtenção de machos ou de fêmeas é preciso ressaltar que de um determinado casal de bom padrão possa nascer bons machos e boas fêmeas, com certa freqüência. Assim é preciso considerar aspectos inerentes aos anseios e limites de cada criador. Aqueles que se dedicam exclusivamente à linha clara com ou sem fator e criando com número elevado de casais devem trabalhar com fêmeas mascaradas para obter melhores machos e machos com máscara pouco evidente para se obter boas fêmeas. No entanto, aos pequenos criadores aconselhamos o acasalamento de dois bons exemplares bem definidos de acordo com o padrão específico. Ressalta-se que machos com características de fêmeas podem não ser prolíficos. Por outro lado machos com máscaras exuberantes, estendendo-se à nuca jamais deverão ser acasalados com fêmeas fora do padrão sob risco de se obter somente machos e fêmeas mal definidos.
O conceito de se introduzir canários brancos e branco dominante para melhorar o manto dos mosaicos (torna-lo mais branco) é equivocado e não conduz a pássaros mais bem marcados.
CONCLUSÃO 
Os canários mosaicos representam uma das mais belas categorias sendo apreciados pela maioria dos criadores mas, no entanto, são de difíceis de se trabalhar. Obter vários exemplares com as características desejáveis do padrão requer um bom manejo e seleção rigorosa.
Finalizando sugerimos que os criadores de mosaicos da linha clara com fator somente devam usar substâncias corantes (cantaxantina ou similar) após a oitava semana de vida do filhote, evitando ainda que tenham penas arrancadas para não quebrar a simetria. Não se esqueçam da forma e do tamanho pois são itens fundamentais no conjunto
.



VERMELHO MOSAICO LIPOCROMO

                                                                                      Carlos Lima
                                                                                       Juiz Internacional / O.M.J.
                                                                                       Fones: 212952957 / 212599075 / 9365974576
                                                                                       Revista SPCO 2002
                                                                                       Arquivo Editado em 02/Out/2004

EIS U QUE DIZ UM JUIZ :

Uma opinião para uma base prática de criação  
Como criador e Juiz de canários de cor, desde muito jovem dedico a minha atenção a este maravilhoso canário, que tantas paixões suscita.
Muitos criadores do factor mosaico, são constantemente  confrontados com diversas situações, não conseguindo obter  respostas.
Muitos juizes (nacionais ou internacionais) têm um critério diferente de avaliação nas exposições que participam.
Como exemplo os criadores belgas e holandeses, apreciam um canário mosaico, que apresente um manto muito branco, luminoso, não dando tanta importância à intensidade do vermelho nas zonas de eleição (máscara grande e cheia - ombros e rabadilha, com um vermelho intenso e remiges completamente brancas).
Em contrapartida os criadores italianos especialistas no factor mosaico e muito mais avançados apreciam uma ave com uma cor mais profunda o que permite um maior contraste (combinação do vermelho intenso, luminoso nas referidas zonas de eleição com um branco imaculado).
Considerando que o gene mosaico (m) está influenciado pelo sexo e não ligado ao sexo.
O gene mosaico alelo (gene que determina o mesmo carácter) a saber dos genes intensos e nevados ao qual o gene mosaico determina a distribuição do pigmento amarelo ou vermelho, em determinadas zonas do corpo (zonas de eleição).
- Cabeça
- Ombros (com intensidade máxima)
- Rabadilha
Os genes intenso e nevado (são alelos entre si) pois determinam a distribuição do lipocromo nas penas do canário.
Dito isto, facilmente compreendemos como alguns canários mosaicos, apresentam nevadura nas zonas de eleição, outros o inverso são mais intensos, pelo que são mais valorizados nas exposições.
Quando um canário apresenta uma simples dose do gene nevado (uniformidade lipocromica) ou do gene mosaico (distribuição localizada) o fenótipo que apresenta é intermédio, já que os
genes são codominantes (pois têm igual força genética) produzem no entanto um fenótipo mesclado entre ambos os caracteres.
As fêmeas apresentam um fenótipo de machos mosaicos (máscara na cabeça) e os machos em fenótipo de fêmeas (máscara partida). _________________________________________________________

MODELO MOSAICO
Na criação de canário mosaico, é difícil estabelecer prioridades.
Como exigência do criador, torna-se necessário estabelecer um modelo de mosaico completo (máscara cheia - intensa, peito muito marcado) para os machos, ao contrário a fêmea deve Apresentar, lipocromos intensos e uma bela linha ocular (fêmea de exposição).
Uma cabeça bem redonda, para fazer realçar a máscara.
A presença dum factor "óptico" que determina a intensidade do lipocromo e o factor "craie" que determina um manto branco opaco, luminoso e sedoso.
Presentemente os especialistas deste factor, possuem conhecimentos profundos exigindo do criador uma orientação certa para a linha que pretendem criar, a saber:
- Linha Macho
- Linha Fêmea
- Linha intermediária Significa que teremos 3 linhas distintas
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CRUZAMENTOS 
 
Linha Macho tipo 2

Macho máscara cheia e lipocromos intensos X Fêmea com máscara e lipocromos intensos
Deste cruzamento apenas resultam machos para as exposições, pois  apresentam as características referenciadas. 
As Fêmeas apresentam lipocromo intenso na cabeça (máscaras umas  maiores outras menores) não servem para exposições mas são de grande utilidade para produzirem bons machos. 
Linha Fêmea tipo 1

Macho com máscaras reduzidas ao mínimo sem lipocromo sob o bico idênticos as fêmeas, que são utilizadas no cruzamento n° 1.
X
Fêmea apenas com uma bela linha ocular (exposição) mas sempre com um lipocromo intenso.
Deste cruzamento resultam belas fêmeas, para serem expostas em concurso.
Quanto aos machos, apresentam as características idênticas às fêmeas referenciadas no cruzamento n° 1 não servindo para as
exposições.
 
intermediária

Macho com máscara intensa, mas com menos intensidade de lipocromos (zona de eleição da cabeça delimitada na sua extensão)
X
Fêmea apenas com uma bela linha ocular, ou com máscara.
Deste cruzamento resultam:
Machos intermédios
Fêmeas de exposição
Fêmeas com máscara mais ou menos intensa
Nota importante:
O mosaico é um verdadeiro canário de desenho, sendo o contraste  de cores, de grande importância na sua seleção.
- Ao contrário do que muitos criadores de idéias tradicionais pensavam e diziam, que era benéfica a introdução do factor marfim em possíveis acasalamentos, este conceito é totalmente errado.
- O factor marfim introduzido nos canários com factor mosaico (vermelho ou amarelo) diminui a qualidade da cor de fundo, conduzindo-nos automaticamente a um modelo de canário, menos colorido (intensidade diminuída) e como conseqüência uma perda enorme do contraste do vermelho ou amarelo intenso com a cor branca.
- No entanto o factor marfim, têm outra característica importante, conduzindo-nos ao melhoramento da plumagem o que é bem positivo neste acasalamento.
- Quanto à coloração destas belas aves, é idêntica aos demais canários de cor (factor vermelho), iniciando-se a partir do 45° dia:
70 gr de Carofil Red
30 gr de Bogena intensif.
Total -100 gr
Desta mistura por cada Kg de papa húmida adiciona-se 5 a 7 gr de colorante.
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FĘMEAS MOSAICO
lembrar que de acordo com o nosso Manual de Julgamento, a categoria mosaico tem menos peso na pontuação dos canários melânicos ( máximo 9 pontos ) do que nos canários lipocrômicos ( máximo de 19 pontos ). Assim sendo, as penalizações para eventuais defeitos no mosaiquismo dos canários da linha escura representa em menor perda de pontos do que nos canários da linha clara.
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CRITÉRIOS DE JULGAMENTO
 A categoria mosaico representa quase que um capitulo à parte na canaricultura pela sua beleza particular e indiscutível. Muitos artigos, considerações, discussões técnicas e debates tem se desenvolvido em torno destes exemplares, sempre visando um constante aperfeiçoamento da sua beleza.
Julgados separadamente pelo seu dimorfismo sexual, machos e fêmeas, temos notado uma tendência em discutir e debater mais intensamente sobre as características dos machos sendo que as fêmeas tem merecido menos atenção no seu estudo, análise e apuração.
Nos permitimos desta forma, fazer uma análise sobre critérios de julgamento, formas de acasalamento, etc. das fêmeas mosaico em função da experiência adquirida tanto em mesas de julgamento como na cria, sempre a procura de exemplares mais definidos.
Em primeiro lugar, gostaríamos de
Observando no Manual de Julgamento que são três fundamentos gerais os que devemos observar nos canários mosaicos. Eles são: 
Cor: Lipocromo presente nas regiões de eleição o mais intenso possível.
Desenho: O mais nítido possível.
Contraste: A máxima pureza do branco, que deve contrastar com a intensidade do lipocromo.
O DESENHO DAS FÊMEAS
São quatro as regiões onde devemos encontrar manifestações de lipocromo.
Olhos
Encontros
Uropígios
Peito
Olhos - Uma linha horizontal na altura dos olhos intensa, nítida e bem marcada.
Encontros - Marcação nítida e intensa com área de atuação menor que as dos machos.
Uropígios - Deve apresentar lipocromo intenso e bem delimitado.
Peito - Ausência de lipocromo, tolerando-se traços leves.
FORMA DE JULGAR
Para avaliar as características acima indicadas, o julgamento destes exemplares representa várias observações. Na altura dos olhos, avaliamos a nitidez e qualidade do desenho nos encontros, olhos e uropígios, assim como a qualidade do branco dos flancos. Por cima e de frente avaliamos a qualidade e quantidade do branco no dorso e no peito. Considero fundamental dar verdadeira importância ao desenho nítido e bem delimitado ao olho e uropígio, pois temos vistos exemplares em que a brancura "invade" essas zonas de eleição merecendo serem penalizados.
ACASALAMENTO
A produção de fêmeas mosaico de excelente qualidade para o concurso representa um verdadeiro desafio. Pessoalmente tenho a absoluta convicção de ser necessária a utilização de linhagens completamente diferentes para produzir machos e fêmeas de concurso. Chegamos a uma constatação muito curiosa sempre que viajamos para a Europa para observar o trabalho feito pelos criadores do Hemisfério Norte. A esmagadora maioria dos criadores de vermelhos mosaicos, criam somente linhagens de machos para o concurso. Por outro lado, a esmagadora maioria de criadores de amarelos mosaicos, criam somente linhagens de fêmeas para o concurso. Procurei uma explicação lógica por parte dos criadores para saber o porque da contradição da preferência de uns e outros. Confesso que não consegui uma resposta satisfatória. Apenas dizem que existe uma "preferência" por parte dos juizes e que em função de serem julgados machos e fêmeas mosaicos todos juntos na Europa, os machos vermelho mosaico geralmente ganham das fêmeas e as fêmeas amarelo mosaico geralmente ganham dos machos.
QUAIS AS CARACTERISTICAS DE UMA LINHAGEM PARA PRODUZIR FÊMEAS MOSAICO?
A escolha das reprodutores para formar um plantel visando a obtenção de excelentes fêmeas para o concurso começa pela interpretação do Manual. Se considerarmos que o desenho lipocrômico na altura dos olhos deve se limitar a um traço horizontal, podemos facilmente concluir que um macho excepcional para concurso dificilmente produzirá uma fêmea campeã, pois uma máscara muito "ampla" nos machos transmitirá nas fêmeas "incrustações" indesejadas em volta do bico. Podemos então facilmente concluir que os machos bons para produzir fêmeas de qualidade para o concurso devem apresentar uma mascara vem reduzida, muito intensa na altura dos olhos, brancura excepcional e manter o máximo intensidade de lipocromo nos ombros. Podemos portanto concluir que o êxito nas mesas de julgamento dependerá muito da consciência do criador de que a produção de fêmeas mosaico de alto padrão para o julgamento merece observação e tratamento especializados. Boa Sorte !!! 




 A GEOGRAFIA DO VERMELHO MOSAICO
Joăo Francisco Basile da silva
Animal Pet 2000 nro 8
Em artigo publicado na revista animal pet nro 1, falamos sobre as particularidades e características dos canários chamados “Mosaicos”. 
Entre essas características destacamos o chamado contraste de cores que, aliada ao dimorfismo sexual, torna essa variedade uma das mais belas entre os canários de cor criados pelo homem. 
Entre os canários enquadrados na categoria de mosaicos, o que exerce essa característica em seu maior grau, está o vermelho mosaico. 
Com apenas o branco e o vermelho alternando-se em partes específicas de sua plumagem, como descreveremos a seguir, o exemplar assume características admiráveis. 
Para que isto ocorra, além da distribuiçăo geográfica do branco e do vermelho, que deve obedecer ao padrăo de excelęncia de cor, conforme será discutido, as ditas cores deverăo apresentar-se com o maior brilho e a maior pureza possível. 
Como os vermelhos mosaicos apresentam diformismo sexual acentuado (significa que machos e fęmeas săo diferentes entre si), passamos a descrever inicialmente os machos.
Macho
A manifestaçăo “geográfica” do vermelho se dá nas seguintes regiőes do corpo do canário:
  •  
  • Máscara facial
  • Ombros
  • Uropígio
  • Peito
Essa manifestaçăo geográfica, que também é chamada de desenho, é um elemento fundamental na avaliaçăo dos mosaicos. Năo devem existir áreas difusas nos limites da manifestaçăo da cor, ou seja, sempre deve haver uma “fronteira” bem definida, separando uma cor da outra, ou seja, o branco e o vermelho. Quanto mais nítida essa fronteira, maior a valorizaçăo do exemplar.
Um vermelho mosaico macho, deverá apresentar máscara facial, que é a regiăo ao redor do bico, passando pelos olhos, de cor vermelho vivo. Quando olhamos o exemplo de frente, devemos observar um anel vermelho ao redor do bico. Quando olhamos lateralmente, devemos ver um “triângulo”com vértices na testa, regiăo posterior ao olho e regiăo inferior ao bico. 
Os ombros, que devem ser destacados e bem definidos, é a regiăo onde, normalmente, a cor vermelha é mais intensa. O vermelho deve estender-se levemente até as asas. 
O uropígio também deve ter cor intensa e ser bem delimitado. 
Na regiăo central do peito, o vermelho mosaico macho deverá apresentar também vermelho de cor intensa, distribuindo-se com a forma aproximada de um triângulo. 
O restante do corpo do exemplar deverá ser o mais branco possível.
Fęmea
As fęmeas do vermelho mosaico apresentam o corpo predominantemente branco, com as manifestaçőes do vermelho nas mesmas regiőes dos machos, tendo apenas a sua área de alteraçăo mais restrita.
A principal diferença está na máscara facial que, enquanto no macho é grande, na fęmea se apresenta com um traço vermelho na altura dos olhos, que deve ser curti, bem delimitado e nítido. 
Outra regiăo em que a manifestaçăo do vermelho é bem diferente do macho é a do peito, que deve ser o mais branco possível. 
As fotos nos mostram como esses exemplares săo fantásticos, o que faz com que sejam um dos exemplares mais criados e săo, sem dúvida, uma das cores mais disputadas nos concursos, tanto no Brasil como no exterior

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