sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

HÁ O CANÁRIO ARLEQUIM PORTUGUÊS, E OS "Arlequins"!!!

Melhor que vermos fotos que, às vezes, não mostram como deve ser o porte e a posição e o tamanho de um Canário Arlequim Português, vou através do croqui que integra o Standard do canário em questão escalpelizar e designar em "Nota", ponto por ponto, o que para mim não corresponde a um genuíno Canário Arlequim Português, mas sim aos pretensos "arlequins" que por aí pululam.

Atentemos:
CORPO - Alongado, esguio e harmonioso.
Nota: - Sai dos parâmetros dos pretensos "arlequins" (cruzados de lipocrómico x melânico) que são bem mais cheios e redondos.
PEITO - Ligeira e uniformemente arredondado.
Nota: - Sai dos parametros dos canários pretensos "arlequins", (cruzados de melânico x lipocrómo) cujo peito faz lembrar o bojo de uma embarcação.
DORSO - Recto, na mesma linha da cauda.
Nota: - Na maioria dos pretensos "arlequins" o dorso faz uma ligeira curva.
ASAS - Longas, bem aderentes ao corpo sem se cruzarem nem descaírem, terminando unidas sobre a raiz da cauda.
Nota: Caracteristicas comum à maior parte das raças de canários.
Cabeça do POUPA - Em forma de tricórnio (2 ângulos atrás e um à frente, este virtual) irradiando de um ponto central do cimo da calota, e descaindo aderente e simetricamente sem cobrir olhos e bico.
Nota: - Este é o ponto fraco do Arlequim, apesar de existirem já exemplares com uma boa poupa é frequente aparecerem aves em que a poupa é em tudo semelhante à do Poupa alemão e do Gloster Corona, defeito a evitar a todo o custo nos Arlequim Poupa.
Cabeça do PAR - Estreita e alongada, mais larga atrás do que à frente.
Nota: - Quer no Poupa quer no Par verifica-se que a cabeça vista de cima tem forma de ferradura que se vai estreitando (alongando) em direcção ao bico. Nos canários comuns começa também da mesma forma mas não estreita (alonga) junto ao bico.
BICO - Forte e proporcionado.
Nota: No Arlequim o bico tem formato de cunha (tipo bico de lapis rombudo/gasto) o que não acontece na grande maioria das outras raças, mesmo em pretensos "arlequins" em que o bico é mais comprido e afiado.
OLHOS - Vivos e bem visivéis.
Nota: Caracteristica comum à grande maioria das raças existentes.
PESCOÇO - Bem delineado e harmonioso, destacando claramente a cabeça do corpo.
Nota: Uma boa forma de se destinguir um Arlequim de um pretenso "arlequim" pois não têm a cabeça tão destacada do pescoçoque é mais grosso, apesar de haver canários que reúnem esta característica.
TAMANHO - 16 cm.
Nota: Mais uma forma de distinção do Arlequim que sobressai sobre os pretensos "arlequins" com 13 e 14 cm.
COR - Multicolor e equilibradamente variegada com factor vermelho. Coloração artificial obrigatória.
Nota: Uma caracteristica em que o Canário Arlequim Português marca a diferença ante todas as outras raças. O canário como o nome indica é arlequim logo tem de ser malhado para poder ser apresentado a concurso.
PLUMAGEM - Lisa, compacta, sedosa, brilhante e bem aderente ao corpo.
Nota: - Característica comum a uma grande parte das raças de canários existentes.
POSIÇÃO/MOVIMENTO - Posição erguida e altiva, fazendo um ângulo de 55º relativamente à forma como se coloca no poleiro, com o corpo bem elevado e cabeça bem levantada.
Nota: - Nos pretensos "arlequins" não existe esta posição pois ficam "deitados" relativamente ao poleiro acompanhando a cabeça essa mesma posição.
PATAS - Fortes, longas, ligeiramente flectidas, preferencialmente variegadas, com coxas bem visivéis.
Nota: Os pretensos "arlequins" raramente têm as patas longas, flectidas e as coxas à mostra ou então têm as coxas demasiadamente à mostra.
CAUDA - Longa, estreita e ligeiramente bifurcada na extremidade, preferencialmente variegada.
Nota: Tirando o facto da preferência do variegado na cauda esta é uma caracteristica comum a quase todas as raças de canários.
CONDIÇÃO GERAL - Saúde e higiene perfeitas. Vivacidade e boa adaptação à gaiola de exposição.
Nota: Caractristicas que se exigem a todas as aves apresentadas a concurso.


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O ÚNICO CANÁRIO PORTUGUÊS
A origem das várias raças de canários é mais ou menos conhecida. Sendo o canário selvagem oriundo das ilhas Canárias, espanholas, Madeira e Açores, portuguesas, é estranho que existam algumas variedades de canários ingleses, espanhóis, franceses, italianos, belgas, suíças, alemãs e mesmo japonesas e americanas, e não tenha surgido, ao longo de séculos, uma raça portuguesa de canários.Desde criança Armando Moreno frequentou feiras de venda de pássaros e poude observar como os criadores portugueses se mantinham fieis ao canário rústico, variegado, em que o lipocromo e o melânico se fundem, muito antes de as organizações internacionais estabeleceram a rígida divisão entre melânicos e lipocromos que é, naturalmente, uma divisão artificial, embora lógica e aceitável.As aves variegadas eram de dois tipos: ou amarelo e verde ou cinza e branco. Nos últimos 15 anos tem observado o aparecimento nessas feiras de aves portadoras de uma mistura do cinza com o laranja, o bronze, o branco, o amarelo, aves de uma grande beleza e estrutura de corpo, viveza de expressão e alegria de canto, além de uma rusticidade elevada.Decidiu, por isso, cultivar este tipo de canários. O exame cuidadoso permitiu-lhe observar a existência, além destas cores, do castanho do dorso, que não toma a cor de fundo laranja, e os bastonetes negros. Assim, estes animais possuem um total de 6 cores.


GENERALIDADES


O canário Arlequim Português é, essencialmente, um canário de desenho, polícromo, vivo, rústico, alegre, que mantém a tradição da variedade de desenho, que existiu sempre nos ancestrais criados pelos passarinheiros. As exigências dos concursos e o desejo de dar origem a raças sofisticadas, quer no porte, quer no canto, quer na cor, conduziu ao desaparecimento do canário vivo e alegre que se criava entre os amantes do animal em si e que cativava as pessoas em geral que desejavam apenas ter em sua casa um canário para cantar.Muitos dos animais altamente classificados dos dias de hoje são pássaros tristes, deformados, diríamos quase estropiados, quando não votados ao enclausuramento em gaiolas minúsculas, vivendo no escuro, o que conduz ao canto dito suave que, na verdade, mais parece um canto triste. Em reacção a esta situação, os criadores espanhóis seleccionaram o Timbrado, de canto vibrante, mas não atenderam, neste canário, à plumagem.É curioso observar como algumas raças de canários deixam transparecer de modo significativo o carácter das populações que os criaram: O Frizado Parisiense parece conter em si uma bailarina de Can-Can. Por sua vez o Yorkshire representa a distinção do lord inglês. Ao alemão assemelha-se o canário do Harz, resultado de uma disciplina rigorosa, assumida em escolas alinhadas, como os elementos de um exército.O Timbrado reflecte o folclore espanhol, com as suas castanholas.Em Portugal, mercê das características da população, rústica, avêssa a racismos e, ao contrário, mais dada a fusão das raças, criou-se um canário de cores múltiplas, vivo, alegre. É o Canário Arlequim Português.Deve notar-se que esta raça permite uma variedade de desenhos que tornam a sua criação fascinante pelo imprevisto e impede a monotonia que outras raças de cor imprimem às exposições onde são apresentadas centenas de aves todas iguais, com pequenas diferenças, só reconhecíveis por especialistas.


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Canario Arlequim Português

Diferente de todos os outros Oriundas das ilhas Canárias, da Madeira e dos Açores, as várias espécies de canário estão disseminadas em todo o mundo, sendo bastante comuns entre nós, já desde há muitos séculos. Porém, a história do Canário Arlequim Português, a única raça 100% nacional, é relativamente
recente. O padrão da raça foi desenvolvido de forma mais sistemática após a
década de 80 e no que respeita ao reconhecimento oficial, a sua homologação
aconteceu em Portugal apenas em 2000, já no século XXI.

A Cores

Quando se pensa em canários, duas cores saltam à memória: o amarelo e o cor-de-laranja.
Para conhecer o Arlequim Português há que esquecer tudo o que genericamente é
tido como certo acerca de canários. Falamos de uma ave muito especial, de tipo
rústico, corpo longo e esguio, de cabeça estreita. Estes canários, inicialmente
combinavam o amarelo com o verde ou o branco com o cinzento, mas, mais
recentemente, já contemplam o bronze, o laranja, o amarelo e o castanho, este
último na zona do dorso. Da soma destas partes fica a imagem de um canário
esbelto e muito alegre, o que é indiscutível ao observar-se a vivacidade da sua
expressão e ao ouvir-se o seu canto, ou não fosse ele uma ave canora.

Poupa

Peculiar, original e único. Assim é um dos traços do Canário Arlequim Português que não escapa nem à primeira vista: a sua poupa no
topo da cabeça. Trata-se de um fenómeno mutante que se tornou comum e o qual se
pretendeu fixar como um dos factores distintivos do Arlequim. O seu preço varia
consoante apresenta mais ou menos traços do padrão da raça, podendo, por isso,
ir dos dois aos três dígitos. Apesar de jovem a raça cativou inúmeros adeptos, mas mesmo quem não é fã não fica indiferente a este.

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