"Tenho/tive uma canária com o ovo atravessado!" Esta é uma frase muito comum e frequentemente ouvida vezes demais entre os criadores de canários, muitas das vezes significa que se perdeu uma fêmea que estava no choco. Não vou acrescentar nada de novo para a maioria das pessoas que habitualmente acompanham este blogue, contudo de quando em vez sou surpreendido pois há sempre alguém que por este ou por aquele motivo têm desconhecimento de situações que para os mais experientes são, digamos assim, corriqueiras.
Hoje recebi um telefonema de um
português radicado na Suiça, “aflito” porque tinha uma canária à dois dias num
canto da gaiola porque não conseguia expelir o ovo e não sabia o que havia de
fazer; o ano passado morrera-lhe uma com o mesmo problema. Expliquei-lhe um
método que me foi ensinado já há longos anos com cerca de 98% de êxito e que,
felizmente, mais uma vez deu resultado pois este patrício teve o cuidado de me
ligar cerca de 30 minutos depois, bastante contente, dando-me a noticia de que a
canária conseguira expelir o ovo apesar de o ter colocado no chão.
Não vou quantificar as várias
situações que podem levar a que uma canária não consiga expelir o ovo apesar de
as mais comuns serem provocadas por: excesso de gordura e excesso de cálcio ou
inclusive por uma alimentação deficitária.
Há, descritas na internet,
diversas formas de se ajudar uma canária a expelir um ovo que esteja atravessado
e que por esse motivo não é expelido desde: massajar o abdómen da fêmea, tentar
furar o ovo no oviduto e inclusive pressionar o abdómen da fêmea tentando
recolocar o ovo na posição de forma a ser expelido. Sinceramente não ponho em
causa que os métodos atrás referidos não sejam eficazes contudo considero que é
necessária muita experiência para utilizar aquelas metodologias uma vez que são
perigosas para a integridade física da ave.
O criador atento, na altura da
criação, vigia diariamente os ninhos para controlar as posturas e facilmente se
apercebe de que algo não irá bem com uma fêmea que não consegue expelir o ovo.
De facto uma fêmea com este problema apresentar-se-á embolada geralmente num
canto do poleiro e não raras vezes no chão, da gaiola. a um canto, com
respiração ofegante e olhos mortiços. O que aconselho que se faça nesta
situação, repito foi-me ensinado a mim e com enorme percentagem de êxito, é
fazer o seguinte: arranjar um cotonete, um pouco de azeite, uma vasilha com água
bem quente tapada com um pano e proceder da seguinte forma:
1.º - Embeber bem o cotonete em
azeite de forma a ficar bem empapado;
2.º - Com o cotonete esfregar
levemente a cloaca da fêmea para que, se possível, a mesma receba no seu
interior duas ou três gotas de azeite.
3.º - Posicionar a fêmea com a
cloaca sobre uma vasilha de água bem quente, (tapada com um pano pois a fêmea
pode nessa altura largar o ovo), para que a fêmea receba o vapor da água
diretamente na cloaca, mas a uma distância que elimine qualquer possibilidade
dela se queimar com o vapor.
4.º - Depois do referido nos
pontos 1, 2 e 3 se a fêmea não tiver entretanto largado o ovo colocá-la
suavemente no ninho e aguardar que os estímulos efetuados com o cotonete
embebida no azeite e com ajuda do vapor da água surtam efeito e as contrações da
fêmea sejam suficientes para expelir o ovo.
5.º - É raríssimo ser
necessário repetir todo o processo mas se a fêmea não expelir o ovo até 30
minutos depois de ter sido colocada na gaiola é de todo conveniente
repeti-lo.
Espero e desejo que este texto
sirva para ajudar os criadores mais inexperientes pois como disse, desde que o
utilizo é altamente eficaz, talvez porque também deteto rapidamente esta
situação.
PS- tirado do blog de Armindo Tavares
PS- tirado do blog de Armindo Tavares
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