Há pessoas, boas, dispostas a
partilhar o seu saber com outras que necessitam de ajuda. Vem isto a propósito
da anterior noticia que titulei "É do caraças!" e que aqui publiquei acerca de
uma canária que sistematicamente atirava com os filhotes para fora do
ninho, chegando a partir-lhes as patas na ânsia de lhes retirar a anilha.
Passadas vinte e quatro horas da publicação da noticia recebi um telefonema do
criador Sr. Oliveira, da Trofa, (muito obrigado Sr. Oliveira) que me aconselhou
a colocar no fundo do ninho alguns excrementos dos
depositados no tabuleiro da gaiola pois, segundo ele, é um "sistema" utilizado por ele com bons resultados uma
vez que origina que a fêmea não seja tão diligente na limpeza do ninho deixando
por isso de tentar retirar as anilhas.
Do amigo
António Corujo (muito obrigado Sr. António Corujo) recebi um e-mail com a dica
"... na manhã do 7.º dia, sujo propositadamente a
borda do ninho, com as fezes dos outros passarinhos. A fêmea deixa de limpar o
ninho, talvez por pensar que os filhotes já defecam fora do ninho. Se a fêmea
continuar a limpar o ninho, o que normalmente não acontece, anilho só no 8.º
dia..." acompanhado de um texto interessante transcrito no Fórum
Canaricultura Tuga, da autoria do conceituado criador brasileiro e, creio, Juiz
de Canários Álvaro Luiz Blasina.
Pode-se
dizer que ambos os criadores acima referidos, com pequenas diferenças, usam a
mesma metodologia contudo, antes de passar à transcrição, devo aqui referir um
método também muito utilizado pelos criadores que têm aves com este problema que
passa por cobrir a anilha com as fezes dos canários (apesar de conhecer esta
"habilidade" não me lembrei de a utilizar e o saldo foi 2 canaritos mortos e
dois sobreviventes com as patas estropiadas) mas como se pode ler no texto
abaixo haverá, e com lógica, alguma reserva neste método.
Com a
devida vénia publico então o texto do autor atrás citado após ter feito um
copy/paste do e-mail recebido com a certeza de que quer os anteriores conselhos
quer o artigo vai ajudar muitos dos companheiros de hobby com menor experiência
e não só;
REJEIÇÃO AOS ANÉIS : SOLUÇÃO PARA UM PROBLEMA
COMUM
Tenho sido frequentemente abordado sobre um problema que
surge praticamente todos os anos em quase todas as criações. Quando os filhotes
são anilhados aos 6 ou 7 dias, a mãe joga-os fora do ninho, causando inúmeros
transtornos, desde a morte dos mesmos, passando pela fractura de suas patas,
etc. A sensação é de desespero, raiva e impotência, pois de nada adianta colocar
os filhotes novamente no ninho, que ela tornará a "rejeita-los".
Todas as canárias que tomam a atitude acima citada são
excelentes mães e podemos observar que a evolução dos filhotes antes do
anilhamento é muito boa. Quando os filhotes nascem, e durante os 7 a 10 dias,
defecam dentro do ninho, sendo a mãe a encarregada de retirar do ninho as
próprias fezes dos filhotes, assim como qualquer outra sujeira nele
presente.
Uma vez passados esses dias, os filhotes mais crescidos, tomam a atitude instintiva de defecar na beira do ninho e depois fora dele. Quando isto ocorre, a canária já não se preocupará mais com a limpeza do ninho. Algumas fêmeas são mais esmeradas que outras já na tarefa da limpeza do ninho, e são estas mães que tem mais propensão a rejeitar anéis. O processo é simples: anilhamos os filhotes e os colocamos dentro do ninho. A canária vê dentro do mesmo um agente estranho e tenta tirá-lo para fora, sendo que junto com ele, irá o filhote para o chão da gaiola.
Como solucionar este problema?
As soluções decorrem da análise das causas que o provocam. O nosso principal objectivo será então o de inibir que a fêmea jogue os filhotes fora do ninho no momento de anilhar os filhotes. Em primeiro lugar, o anilhamento deve ocorrer no momento em que o anel entra justo na pata sem machucar o filhote e não antes disto, pois quanto antes disto, pois quanto antes anilhemos os filhotes, mais chances teremos de que a fêmea rejeite o anel. Aconselhamos utilizar sempre anéis de 3,0 que é o maior medida permitida para canários de cor, pois os anéis menores implicam num anilhamento mais precoce e com isso com maior risco de rejeição. Caso a canária rejeite o anel, podemos pegar um ninho de outra gaiola que possua filhotes maiores e tenha bastante fezes nas suas bordas e colocar os filhotes recém anilhados dentro. A canária imaginará então que os filhotes já estão defecando fora do ninho e abandonará a sua missão de limpar o mesmo. É muito difícil que tomando esta medida a canária insista em retirar os anéis do ninho, mas caso isto ocorra, podemos trocar também os filhotes com outra canária, cuja ninhada tenha nascido 2 ou 3 dias antes.
Colocando filhotes com 10 à 12 dias de vida, ela terá mais dificuldade para jogá-los fora do ninho. Desta forma, ela será incentivada a abandonar o instinto de limpeza do ninho. Tenho visto alguns resultados positivos disfarçando os anéis, cobrindo os com band-aid (penso rápido) cor da pele. Também tem efeitos satisfatórios a costura de vários anéis em volta do ninho já do inicio do choco daquelas fêmeas que não aceitam o anel, fazendo com que elas se acostumem com eles antes dos filhotes terem nascido.
Tenho ouvido de alguns criadores que a solução seria a de sujar os anéis com fezes antes do anilhamento para disfarçar os mesmos, mas se analisarmos a lógica do porque deste problema perceberemos que esta ultima solução não tem chance de ser bem sucedida.
A perda do filhote durante a criação é sem dúvida a coisa que mais nos chateia e principalmente quando eles estavam crescendo fortes e sadios. Esta tenta ser uma pequena contribuição para que você, amigo criador consiga dar mais um passo à frente no intercâmbio de informações e consiga a cada dia mais aprimorar os seus resultados.
Uma vez passados esses dias, os filhotes mais crescidos, tomam a atitude instintiva de defecar na beira do ninho e depois fora dele. Quando isto ocorre, a canária já não se preocupará mais com a limpeza do ninho. Algumas fêmeas são mais esmeradas que outras já na tarefa da limpeza do ninho, e são estas mães que tem mais propensão a rejeitar anéis. O processo é simples: anilhamos os filhotes e os colocamos dentro do ninho. A canária vê dentro do mesmo um agente estranho e tenta tirá-lo para fora, sendo que junto com ele, irá o filhote para o chão da gaiola.
Como solucionar este problema?
As soluções decorrem da análise das causas que o provocam. O nosso principal objectivo será então o de inibir que a fêmea jogue os filhotes fora do ninho no momento de anilhar os filhotes. Em primeiro lugar, o anilhamento deve ocorrer no momento em que o anel entra justo na pata sem machucar o filhote e não antes disto, pois quanto antes disto, pois quanto antes anilhemos os filhotes, mais chances teremos de que a fêmea rejeite o anel. Aconselhamos utilizar sempre anéis de 3,0 que é o maior medida permitida para canários de cor, pois os anéis menores implicam num anilhamento mais precoce e com isso com maior risco de rejeição. Caso a canária rejeite o anel, podemos pegar um ninho de outra gaiola que possua filhotes maiores e tenha bastante fezes nas suas bordas e colocar os filhotes recém anilhados dentro. A canária imaginará então que os filhotes já estão defecando fora do ninho e abandonará a sua missão de limpar o mesmo. É muito difícil que tomando esta medida a canária insista em retirar os anéis do ninho, mas caso isto ocorra, podemos trocar também os filhotes com outra canária, cuja ninhada tenha nascido 2 ou 3 dias antes.
Colocando filhotes com 10 à 12 dias de vida, ela terá mais dificuldade para jogá-los fora do ninho. Desta forma, ela será incentivada a abandonar o instinto de limpeza do ninho. Tenho visto alguns resultados positivos disfarçando os anéis, cobrindo os com band-aid (penso rápido) cor da pele. Também tem efeitos satisfatórios a costura de vários anéis em volta do ninho já do inicio do choco daquelas fêmeas que não aceitam o anel, fazendo com que elas se acostumem com eles antes dos filhotes terem nascido.
Tenho ouvido de alguns criadores que a solução seria a de sujar os anéis com fezes antes do anilhamento para disfarçar os mesmos, mas se analisarmos a lógica do porque deste problema perceberemos que esta ultima solução não tem chance de ser bem sucedida.
A perda do filhote durante a criação é sem dúvida a coisa que mais nos chateia e principalmente quando eles estavam crescendo fortes e sadios. Esta tenta ser uma pequena contribuição para que você, amigo criador consiga dar mais um passo à frente no intercâmbio de informações e consiga a cada dia mais aprimorar os seus resultados.
PS . Tirado do Blog de Armindo Tavares